terça-feira, 3 de junho de 2014

Passeio a Estrada da Graciosa / Parana

Buenas indiada!
Sábado me mandei pros lados do Paraná.


As 5h30min sai de Pomerode abaixo de serração rumo a Jaraguá do sul pela SC 110, entre estas duas cidades tem uma serrinha relativamente curta, mas nas condições que eu passei por ela não foram das melhores.
Uma neblina muito forte com visibilidade de não mais que 3 metros, isso mesmo, 3 metros. Velocidade média de 20 km/h e as vezes até com o pé no chão, por horas cagado de medo pensando que se algum caminhão viesse no mesmo sentido iria me levar de carona no para-brisa.

Por volta de 6h eu já estava no centro de Jaraguá onde parei num posto para tomar um café e dar uma pitada.
De Jaraguá parti pela BR 208 e logo peguei a esquerda na rodovia do Arroz (SC 108) rumo a BR 101 onde fiz a primeira parada na PRF de Joinville para contemplar o amanhecer gelado, fazia neste momento 14 graus, até aqui só tinha pego tempo ruim, muito frio, serração e pouca visibilidade na estrada, isso dificulta muito a pilotagem e acaba baixando a velocidade de cruzeiro.
[IMG temperatura pirabeiraba]

[IMG Amanhecer na PRF de Pirabeiraba, Joinville/SC]

Depois de ver o sol nascer parti e logo a frente, uns 200 metros vi a entrada do Posto Rudnick, um posto muito conhecido e parada obrigatória pro café de muitos motoristas e viajantes da BR 101, mas pra mim que já tinha parado na PRF segui direto pela BR 101 até Garuva onde fiz a primeira parada para abastecimento, na verdade não precisava mas eu queria ver quantos litros tinha gasto de Pomerode até ali.
Pra minha surpresa abasteci 5 Litros e rodei 110 KM, uma média de 23km/Litro, achei pouco mas meu mecânico disse que não fará mais do que isso.

Aqui comecei a sentir dores nas pernas, nos glúteos (rsrsrs) e uma leve dormência no dedão da mão direita, cheguei a pensar em desistir mas a vontade de cumprir o objetivo foi mais forte!

Moto abastecida comecei a subir a serra de Curitiba, estrada boa com três faixas de rolamento, algumas lombadas eletrônicas de 50km/h e pouco transito.


Parei de novo para uma esticadas nas pernas lá no SOS Usuário da Auto Pista Litoral Sul em São José dos Pinhais logo no pedágio.
As dores começaram a aumentar, em uma escala de zero a dez já estava em seis. O pensamento de desistência vinha com mais frequência mas eu tinha que resistir.

Parti de São José dos Pinhais com a intenção de não parar mais até chegar em Campina Grande do Sul na BR 116 (Régis Bitencourt) onde faria o ultimo abastecimento antes de descer a serra da Graciosa, com muito esforço consegui cumprir o objetivo e só parei a alguns quilômetros antes da entrada da Graciosa onde abasteci 4,5 Litros só para garantir a descida sem imprevistos. Sem muitas delongas sai do posto e logo cheguei ao pórtico de entrada da estrada da Graciosa. Já eram 10h da manhã e eu já estava na estrada a pelo menos 4h30min, as dores já estavam no nível 7 e a fadiga já estava quase maior que a vontade de prosseguir.


[IMG Pórtico de entrada na “estrada da Graciosa” PR 410]

Um dia antes de partir de Pomerode eu fiz uma busca pela internet e vi em um site da PRE do Paraná que a estrada estava liberada, mas ao chegar no local me deparei com uma obra enorme, a cratera que se abriu na estrada foi tão grande que estão construindo uma ponte sobre o buraco.
[ING “Obras PR410.01”]

[ING “Obras PR410.02”]

Bom, sem muito o que fazer retornei pelo mesmo caminho que fui, com algumas paradas para fotos e vídeos.

[IMG divisa Morretes-quatro barras]





[IMG graciosa 01-05]


Por toda a estrada tem pontos estratégicos de parada com estacionamento, banheiros, cantina e alguns até com churrasqueira.
Este local em que tirei a foto do quiosque com churrasqueira estava abandonado, mas tem vários locais onde a cantina esta aberta e funcionando, e deve ser este pessoal que mantem a limpeza e conservação dos banheiros.



[IMG parada 1-4]

[IMG churrasqueira] 

Já voltando vi uma estrada lateral e um pórtico, resolvi parar e tirar uma foto.
Esta estrada é asfaltada e vai para Quatro Barras / PR.
[IMG Pórtico Quatro Barras]

Retornando para a BR 116 parei novamente no Pórtico da Graciosa para uma despedida e um até breve.
Aqui comecei a “delirar” e pensava como seria bom um “helicóptero” pra me levar pra casa (enquanto pensava ia imaginando a cena da Lokona pendurada no helicóptero por cabos comigo em cima dela, logico)
Como isso não era possível não tinha outro jeito a não ser encarar a estrada de volta.
Antes de sair tracei um objetivo, não parar antes de percorrer no mínimo 100 km, com isso na cabeça subi na Lokona e deixei ela me levar...

Sai tranquilo sem enrolar muito o cabo, até que ainda na BR 116 passou uma carreta por mim que chegou a me deslocar com o vento, putz eu pensei:
-  Esse cara está acelerando com os dois pés, é uma boa oportunidade pra mim pegar uma carona...
- Bah, mas isso é coisa de CGzeiro... Não posso fazer isso, é arriscado e perigoso...
- Mas a dor está demais e eu posso manter uma certa distância e ir no vácuo dele...

Era tipo um diabinho e um Anjo discutindo um em cada ombro sabe? Hahaha.
Não deu outra, lá fui eu no vácuo da carreta até o trevo onde peguei a BR 376 e a carreta seguiu reto.

Estava eu fazendo o contorno do trevo e um Truck encostou atrás de mim dando sinal de luz, buzinado e o motorista fazia” murisqueta” com as mãos.
Segui quase um km olhando pelo espelho e tentando entender o que ele queria, como não entendi resolvi parar e verificar o Lokona, vai que ele viu algo de errado...
Bom, parei e não vi nada, estava tudo certo com a moto então deduzi que ele gostou da Lokona, só pode.

{Um aviso aos irmão motociclistas que por algum motivo estão de carro, ou aos simpatizantes do motociclismo.
=== Ao ver um motociclista na estrada, nunca de sinal de luz, buzinação ou algo parecido”===
Simplesmente acene, levante a mão que nós vamos entender e retribuir o cumprimento!
Um sinal de luz vai nos fazer pensar que tem algo na estrada e consequentemente iremos diminuir a velocidade.
Umas buzinadas ou “murisquetas” com as mãos irão nos fazer pensar que você está sinalizando alguma coisa errada na motocicleta.
Então se você gostou da moto ou é um motociclista andando de “quadriciclo carenado”, apenas erga a mão e nos cumprimente!
(Recado dado, seguimos com o relato)}

Sem perder muito tempo subi na moto e me larguei, no pedágio de São José dos Pinhais parei na fila e fiquei esperando para pagar, foi quando parou um comboio de HD atrás de mim, quando escutei um ronco abagualado e olhei para trás ate me assustei.
– De onde saiu isso, rsrsrsrs.
Passei a cancela e parei logo do lado para por a luva, eles estavam passando um por um e já iam parando logo na frente para refazer a formação, foi ai que perguntei a um deles qual era o destino, eles iriam descer a serra e pegar a “estrada bonita” em Joinville ou Garuva, não tenho certeza.

Coloquei a luva e me larguei, lá pelas tantas eles me alcançaram e se foram embora ultrapassando todo mundo, só HD883 tinha 4 e destas 2 eram mulheres pilotando.
No meio da serra descendo eles deram uma diminuída e como eu não queria furar o comboio deles diminui também, andei uns 2 km ate me revoltar, rsrsrs. Poha, os cara de HD me segurando na descida? Ta certo que a descida da serra é perigosa mas da para andara mais rápido, me joguei pra esquerda, meti uma quinta e enrolei o cabo, passei eles e só fui parar no pedágio de Garuva onde encostei no SOS Usuário pra descançar conforme o planejado.

Parei ali, fumei, conversei com um pessoal que estava ali com duas esportivas que me vieram perguntar sobre a Lokona, depois veio um cara que estava numa BMW indo de Curitiba para Rio do Sul.
Quando eu estava me preparando para sair dali apareceu os caras das HDs.

Passei o pedágio e sai com o objetivo de parar só em Piçarras, mas a dor já estava em nível 12 e logo em Piraquara fui obrigado a parar, abasteci e descansei um pouco.
Na frente do posto tinha um gramado muito convidativo, não deu outra, encostei a moto e me deitei na grama, fiquei ali uns 15 minutos pensando “que merda que eu fiz”, por que não voltei?

Bom, não tinha outra alternativa a não ser partir, eu estava na boca da BR 280 que leva a Jaraguá do sul, já eram 15 horas e começava a garoar.
Eu podia muito bem pegar a 280 e vir pra casa, mas não, fui até Piçarras onde o Nene já estava montando seu acampamento.

Segui pela BR 101 e em Barra Velha começou a engrossar o caldo, enrolei o cabo e logo cheguei ao destino, entrei em piçarras sem saber onde era o Bali Hai mas pensava que iria ter placas em algum lugar.
Segui pela avenida até chegar na praia e nada de placa, tive que escolher esquerda ou direita? Peguei a esquerda e fui procurando alguém para pedir informação, mas não via ninguém na rua e nada de moto na estrada, já estava achando que tinha errado o caminho até que vi uma placa “bali hai” e uma seta mandando seguir em frente.

Andei mais uns 3 km e avistei o evento, entrei na portaria e fiz os tramite$ para adentrar.
Entrei e logo avistei o Nene erguendo acampamento, desci da moto, esperei ele terminar pois já estava recebendo ajuda de uns 5 caboclo, hahaha. Pensa numa tropa destas pra montar uma barraca de 3 lugares :D rsrsrsrs.
Já tinha mão de obra de mais então só assisti.

Barraca montada fomos comer um lanche, eu tinha na ideia inicial almoçar em Morretes / PR, mas como a estrada estava fechada e voltei pelo mesmo caminho, acabei tocando direto sem almoçar.
Comi dois cachorro quente e fomos ver a estrutura do evento, dar a tradicional circulada.
Logo avistamos os irmão Flávio e a Lika, já ficamos por ali mesmo tomando a gelada e batendo aquele papo gostoso.

O Flávio contando as proezas da viajem mas sem muitos detalhes para não estragar a surpresa de domingo.
Curtimos o evento e a chuva pegando lá fora, e eu sem capa de chuva, sentindo os males da estrada e o sono começando a pegar, mas aguentei firme até o final.

[IMG lobos do vento 01-02]

Saímos do evento e a Banda Rock 50 estava tocando em Barra Velha, parada obrigatória para curtir uma boa música e tomar um chope, o nome do bar eu não lembro, hehehe.
[IMG rock 50]

Dali fui pra Pousada Nova onde passei a noite, depois de um banho quente capotei na cama, dormi que nem um anjinho.
Até aqui foi mais de 500 km rodados, 32 horas acordado, alguns litros de cerveja, não dava outra a não ser um capote de desmaiar na cama.

Acordei meio contrariado lá pelas 8h30min, juntei as tralhas e ao descer na recepção da Pousada Nova a menina me mandou direto pra casa do Flávio, cheguei ali e a Lika estava me esperando com um chimarrão louco de especial.
Tomamos umas cuias e o Flávio apareceu, com “ozoio” fechado ainda, rsrsrsrs.

Secamos uma garrafa de agua e a Lika fez um café esperto pra nós.
Tomamos um café e batemos mais um papo, logo era hora de partir.
[IMG Lika e Flávio]

Quero deixar um agradecimento especial para os amigos Flávio e a Lika, duas pessoas excepcionais, pessoas da mais pura estirpe, irmãos de confiança e que quero muito bem.
Obrigado pela acolhida, pelo chimarrão e a boa conversa, obrigado pela confiança de me colocar em sua casa.
Só tenho a agradecer pela amizade de vocês, Obrigado!

Agora que ja vi quais as melhorias que a Lokona precisa, é só dar inicio aos cortes e soldas, hahahaha.
A próxima viajem será para o Sul, e se Deus quiser será em Julho, e ele há de querer.
Mais de 2.000 quilômetros, 7 dias na estrada, muitas paisagens, amigos, e muita estrada!

Até mais indiada!

4 comentários:

  1. muito bom, boa narrativa desta bela viagem, até parecia estar lá.

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  2. Grande amigo!
    É sempre um prazer ler os seus relatos e admirar as imagens.
    Em breve vamos fazer um rolé esperto!!! hehehehehe
    tem o feriado de quinta-feira próxima... que tal armarmos algo???

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    1. Esse feriado vai ser difícil,tem alguns ajuste pra fazer na Lokona e sexta eu trabalho!

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